A Freguesia de Marinha das Ondas pertence ao Concelho da Figueira da Foz, de cuja sede dista cerca de 15 quilómetros, no distrito de Coimbra. O seu orago é Nossa Senhora das Ondas, celebrada anualmente no último Domingo de Janeiro; para além desta, existem muitas outras romarias realizadas na Freguesia ao longo de todo o ano. O topónimo Marinha das Ondas deve o seu primeiro elemento, ao fato de na área da Freguesia terem existido marinhas de sal; já o segundo elemento, remete-nos para uma lenda, segundo a qual, um homem, durante a sua faina, terá visto Nossa Senhora das Ondas. O grande impulso do povoamento e da agricultura do atual território de Marinha das Ondas deve-se aos frades do Mosteiro de Seiça que senhoreou parte da atual freguesia (a Norte da E. N. 109). O documento mais antigo que refere o couto de Seiça data de 1175, no qual D. Afonso Henriques faz uma doação do Couto da barra, ao Mosteiro de Seiça, que havia sido fundado em 1175. Ainda o cenóbio não estava concluído e era já habitado por monges da Ordem de S. Bento; posteriormente, no reinado de D. Dinis, o Mosteiro de Seiça recebeu "carta de privilégio", que isentava os seus moradores de pagar a portagem pela barca que transportava madeira e linho de Seiça até Coimbra. A outra parte da atual Freguesia de Marinha das Ondas (a Poente da E. N. 109), pertenceu ao couto de Lavos. o primeiro documento conhecido referente a Lavos é um testamento de 1906, no qual o Abade Pedro, que foi encarregado por D. Sesnando a restaurar as terras então desvastadas pelas guerras da reconquista, doa Lavos à Sé de Coimbra. Depois da morte deste abade, no ano 1100, a região de Lavos foi assolada pelos serracenos, com guerras e incursões ao território inimigo que em muito contribuiram para o escassear o povoamento do seu território; o repovoamento, segundo parece, só veio a acontecer depois da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, em 1147, e do qual se encarregou o bispo de Coimbra, João Anaia. A povoação de Lavos foi coutada e doada por D. Afonso Henriques ao Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, fato confirmado por uma carta, datada do mês de Dezembro de 1166. Posteriormente, a 11 de janeiro de 1217, Lavos teve foral de D. Afonso II, e nele a povoação conta com a designação de "Lavos da Marinha", cujos limites também referenciados, eram: a Igreja de S. Julião, junto à foz do Mondego e a herdade de "Lavalos", que corresponde à "Vila de Lavaos". Lavos tornou-se numa vila próspera, à qual D. Manuel I, a 20 de Dezembro de 1519, atribuiu Foral Novo. Administrativamente, Lavos pertenceu ao distrito de Montemor-o-Velho, porém, quando a 12 de março de 1771, D. José I cria a comarca da Figueira da Foz, Lavos separou-se de Montemor-o-Velho, sendo elevada a Concelho e passando a integrar a comarca de Soure. Alguns anos depois, em 1808, toda a região da Figueira da Foz foi assolada pelas Invasões Francesas, vindo a 1 de agosto daquele ano, a desembarcar a sul do Rio Mondego, mais propriamente nas areias de Lavos, as tropas inglesas do General Wellesley, com o propósito de ajudarem a expulsar os invasores. Em 1853, o Concelho de Lavos foi extinto e a Freguesia volta de novo à comarca da Figueira da Foz. Só a 23 de março de 1928, por Decreto n.º 15 223, foi criada a Freguesia de Marinha das Ondas, por desanexação das Freguesias de Lavos e de Paião. No eclesiástico, Lavos, logo também o território da atual Freguesia de Marinha das Ondas, foi um priorado da apresentação alternativa do pontífice, do rei, do bispo e do cabido da Sé de Coimbra; depois passou a ser da apresentação do ordinário e de concurso. Já como Freguesia independente, a paróquia de Marinha das Ondas foi constituida por Decreto da Câmara Eclesiástica de Coimbra, de 10 de abril de 1958. No aspeto patrimonial, merecem especial destaque, na Freguesia, a Capela de Nossa Senhora das Ondasque serviu de sede para a criação da paróquia até que fosse construído o novo templo, a atual Igreja paroquial, que foi benzida e inaugurada em 1961. A Praia da Leirosa é outro dos locais de grande interesse turístico; nesta povoação, antigamente designada apenas por Leirosa, a pesca limitava-se ao lançamento de redes meijoeiras, por gentes que vinham do interior e que construiam na praia pequenas cabanas de estorno, onde ficavam na época das pescas. Progressivamente, as cabanas começaram a ser substituidas por pequenas casas de madeira, e mais tarde por casas de tijolo e betão. O típico barco de pesca utilizado nestas praias é chamado de saveiro ou meia-lua, e tem uma estrutura funcional apta a suportar a rebentação habitual deste tipo de praias desabrigadas. A nível económico, a pesca e a agricultura são as atividades mais tradicionais da Freguesia e têm ainda um grande valor económico; a indústria, embora seja uma atividade mais recente, implantou-se na freguesia ocupando atualmente uma considerável percentagem de habitantes.