Depois do sucesso alcançado pela primeira etapa, realizada no dia 25 de Março, o Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira-Ria”, o Rancho Folclórico “As Andorinhas de S. Silvestre”, a Confraria Gastronómica “O Moliceiro”, a Associação Desportiva e Recreativa das Quintas e o Núcleo da Murtosa da Fraternidade de Nuno Álvares, com o apoio da Câmara Municipal da Murtosa e da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, levaram a efeito a recriação das tarefas de arrancar, ripar e remolhar o linho de forma tradicional.
As tarefas de preparação do linho foram feitas à semelhança daquilo que era habitual nas primeiras décadas do século passado, com utensílios e métodos de trabalho, similares ao da época, incluindo o modo de vestir dos intervenientes/figurantes.
Para além dos elementos das associações promotoras, colaboraram na recriação várias senhoras da Freguesia do Bunheiro que trabalharam, outrora, com linho, sendo, por isso, conhecedoras das técnicas ancestrais associadas à sua preparação.
Chegada o ponto de maturação, o linho foi arrancado por um grupo de homens e mulheres, que o ataram em paveias. As paveias de linho foram, depois, colocados num carro e levados até à eira, onde foram ripados, um processo através do qual a baganha foi separada do resto da planta, recorrendo a um instrumento denominado de ripanço. Depois de separado das sementes, o linho foi novamente atado em molhos e lançado à água numa vala hidráulica, onde ficara a macerar, num processo denominado de remolha.
Depois da recriação, a tarde teve continuidade com animação musical, a cargo do grupo de música tradicional portuguesa “Trovas à Toa”. A derradeira etapa da recriação do ciclo do linho está marcada para o dia 7 de Outubro.
O Ciclo do Linho, pelas suas características, tem vindo a representar uma oportunidade para reviver, em várias etapas ao longo do ano, uma cultura outrora marcante, para conhecimento das gerações que nunca viram os momentos sucessivos da transformação de uma planta em tecido.
(o linho, em carro de mão, vai ser transportado para a eira)
(procedendo-se ao ripar do linho - retirada da capsula que envolve as sementes)