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Casa do Gaiato
Casa do Gaiato
No último dia do mês seguinte chegam os primeiros rapazes. Na cidade do Porto encontrou também o espectáculo deprimente das legiões de vadiozitos que povoam as ruas do velho burgo. Ao visitar o Barredo – uma das zonas mais degradadas da cidade que acolhe o Douro – o Pe. Américo mostra toda a bondade que lhe vai na alma: “Ai Porto, Porto, quão tarde te conheci!” (In: «Obra da Rua»). Um trabalho que tem as suas raízes centradas na Eucaristia visto que é no sacrário que ele acende a candeia que o guiará pelos caminhos de Portugal e o iluminará “nos escuros e frios becos dos Barredos” - (in. Ramos, José da Rocha). Tal como ele afirmou no III Volume do «Pão dos Pobres» o sacerdote “não se ordena para si. E se o faz, entra pela janela”. O êxito das suas obras advém precisamente da sua consciência de Igreja.

Depois de Miranda do Corvo (1940) e Paço de Sousa (1943) fundará ainda a Casa do Gaiato do Tojal (1948) e, a 1 de Julho de 1955 a Casa do Gaiato de Setúbal (um ano antes da sua morte). Mas o «edifício» ainda não estava completo: faltavam os Lares e o Calvário. O primeiro destina-se a uma melhor acomodação dos rapazes que trabalham ou estudam e o segundo servirá para abrigar doentes incuráveis. A 3 de Fevereiro de 1945 nasceu, no Porto, o primeiro lar da Obra da Rua e posteriormente dá à luz o Lar de S. João da Madeira. Na cidade de Coimbra, em Janeiro de 1941, funda também o Lar do ex-pupilo dos reformatórios que, em 1950 passa para os Serviços Jurisdicionais de Menores do Ministério da Justiça.

O Calvário foi a derradeira Obra. “O canto do cisne. Dizem que o cisne, ao adivinhar a morte, entoa as mais belas melodias da sua vida. Não é pois de admirar que o Calvário seja a mais bela melodia do Pe. Américo” (In: Ramos, José da Rocha). O Calvário é uma obra de fé no valor da pessoa humana. Em termos de economia - e são esses os termos dos quais hoje mais se ouve falar - um doente assim é uma areia na engrenagem. “O Padre Américo estava convencido do contrário e a existência deste hospital de incuráveis impõem-se como um sinal” (Trindade, Manuel Almeida; in: «Figuras notáveis da Igreja de Coimbra»).

Esta breve resenha biográfica ficaria incompleta se não se fizesse também referência ao Património dos Pobres, uma criação do Fundador da Obra da Rua. Com o lema “cada freguesia cuide dos seus pobres”, o Pe. Américo conseguiu erigir pequenas casas de granito que serviram muitas famílias desamparadas. “Lembrou-se o Padre Américo de entregar às paróquias o problema do Património dos Pobres. E as paróquias, em grande número, reagiram bem e de imediato. Dentro de pouco tempo eram milhares, espalhadas, aqui e além, por todo o país. Ao milagre dos pães sucedia o milagre, não menos evangélico, da multiplicação das casas para os desabrigados” (Neves, Moreira das; in: «O Padre Américo»). Esta acção pastoral soube ir ao encontro dos anseios da sociedade daquele tempo. “Podemos mesmo afirmar que, também aqui, foi um grande precursor do II Concílio do Vaticano” (In: Ramos, José da Rocha). Soube libertar-se de uma espiritualidade centrada no devocionismo e escutar os «sinais dos tempos» que, mais tarde, o Papa João XXIII tanto falará.

Para fundar e manter estas obras, o Pe. Américo percorreu Portugal e o Mundo, pregando a caridade «em obras e em verdade». A sua palavra penetrava nas almas sedentas de justiça. Denunciava publicamente, em igrejas e salas de espectáculos, as injustiças sociais, o desperdício do dinheiro, a desigualdade e indiferença de muitos, a escravidão da mulher, a falta de assistência aos doentes e a promiscuidade de muitas famílias. Tal atitude - corajosa, franca e dura - encontrou terras férteis mas também se “deparou com a suspeita e a má vontade de certas entidades oficiais. A nível de Ministérios, os Padres da Rua foram muitas vezes considerados como «perigosos», «subversivos» e «comunistas»” - (Freire, José Geraldes; in: «Resistência Católica ao Salazarismo-Marcelismo»).

Neste conjunto, o Pe. Américo aparece como o privilegiado que incarna o sonho da comunidade. E torna-se polo de atracção que magnetiza os esforços, canaliza os entusiasmos, dá sentido às aspirações dessa comunidade. A Casa do Gaiato, obra de cariz social e simultaneamente com funções educativas, não é o resultado de uma metodologia científica elaborada, mas fruto do amor e da caridade. O fundador desta obra nunca estudou pedagogia ou Ciências da Educação. A sua vocação pedagógica nasceu do amor que nutria pelas crianças de rua; enriqueceu-se no meio delas, exercitando as suas qualidades de rara sensibilidade pedagógica e intuição psicológica. Apesar das suas origens empíricas e intuitivas, a experiência da Casa do Gaiato, que “estimula na liberdade o sentido de iniciativa e de responsabilidade, constitui uma das experiências mais logradas do activismo educativo católico” (Barbosa, Manuel Durães; «Valor Educativo da Casa do Gaiato», in: Revista «Lumen»). O sistema das diversas «casas-família», que formam a aldeia; o ambiente educativo de contacto com a natureza; o autogoverno familiar, bem como o espírito de trabalho, “enquadram-se perfeitamente no campo da educação nova” (In: Barbosa, Manuel Durães). Querendo resumir de alguma forma o seu método educativo, o Pe. Américo fê-lo deste modo: “simplicidade, família, amor, respiração contra respiração, contacto com a vida, tudo junto com a formação espiritual e nada mais. Os homens complicam os métodos e quanto mais complicados, mais desvirtuados” (Loureiro, João Evangelista; in: «Um grande educador português do século XX»).
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