Durante séculos o seu papel foi o da defesa da almadrava de atum e dos pescadores que aí habitavam contra as ações de pirataria. Por outro lado esta fortificação, integrada no sistema defensivo da linha de costa da região, possui também ela uma relação interpretativa com as outras fortificações do local.
Localizado no alto da falésia, sobranceiro ao porto de pesca, dominando a praia e a enseada da Baleeira, situa-se num prédio rústico com um coberto vegetal de matos rasteiros. É uma pequena fortificação de planta triangular abaluartada. Totalmente muralhada, continha no seu interior habitações da guarnição e uma ermida. Apresentava ainda uma plataforma a oeste, separada do recinto fortificado. Atualmente encontra-se arruinada, subsistindo apenas os arranques de parte da muralha e de um baluarte, das habitações e a arcaria de alvenaria da porta de entrada na fortificação.
Este pequeno forte, dependente da Praça de Guerra de Sagres, já se encontrava edificado em 1573, não se sabendo ao certo a data da sua construção. Os desenhos deixados à data do ataque de Francis Drake, apresentam-nos uma fortificação com sistema de construção igual ao da Fortaleza de Sagres, posteriormente ao ataque de Drake em 1587 e à reedificação levada a cabo entre 1633 e 1644 pelo Governador do Algarve D. Luis de Sousa: uma fortificação moderna, mantendo a sua traça triangular, mas agora abaluartada. No seu interior existiam as habitações da guarnição permanente e local de refúgio dos armadores em tempos de ataque e ainda uma ermida de invocação de Nossa Senhora da Guia, destruída pelo terramoto de 1755 que não voltou a ser reedificada.
Após as guerras civis liberais foi utilizado pela Praça de Sagres para ofensivas e vigilância de atos de contrabando, possuindo uma peça de artilharia funcional. Nos finais deste século foi alugado a um civil que o deixou ao abandono. Em 1940 foi entregue ao Ministério das Finanças e atualmente encontra-se totalmente abandonado. Com as obras do porto da Baleeira, nos anos 70 do século XX, todo o resto da muralha junto à falésia e o que restaria de dois baluartes foram arrasados.
Exemplar de arquitetura militar moderna, construído em alvenaria de pedra, apresenta traça triangular com um baluarte em cada vértice. Sobre a falésia, orientado para a enseada, corria um pano de muralha com merlões onde se encontravam posicionadas as peças de fogo. Um dos baluartes virado para terra flanqueava a porta de entrada do forte. No seu interior adossadas aos panos de muralhas entre baluartes, estavam edificadas as habitações dos militares.
Fonte: Direcção Geral do património Cultural