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Quarta-Feira, 12.11.2025
Locais de Interese (Património)
Igreja da Misericórdia
Não se sabe ao certo a data da construção deste templo mas, tendo em conta as várias fontes documentais estudadas, datará dos primeiros anos de 1600.

É, talvez, o monumento religioso fangueiro de maior impacto e aquele que conserva, ainda, parte da sua traça primitiva.

Apresenta uma fachada com elementos renascentistas e também este, tal como o Templo do Bom Jesus, recebeu a honra de poder ostentar as Armas Reais portuguesas.

Na frontaria - mais precisamente na padieira da porta, aparece a data de 1725.

Sabe-se que, por volta de 1632 "... não havia Capela Maior por a dita Santa Casa ser muito pequena e não ter possibilidade por ser muito pobre para o fazer e os gastos da Casa serem muito grandes com as obras de caridade ... "

Nessa data uma Benfeitora desta Santa Casa, Madalena André, dispôs-se a custear a construção da Capela-mor, sendo-lhe dada, em agradecimento, sepultura perpétua, a si e seus herdeiros, nesse mesmo local.

Nos primeiros anos do século XVIII, foi construída a Capela lateral, dedicada à Senhora do Ó, cuja construção "... ornamentos, cálices e vestimentas " foram à custa de Francisco Leitão.

Curiosamente em 1681 o Arcebispo de Braga mandou benzer um pequeno jardim, ao lado da Igreja, onde eram sepultados os irmãos falecidos.

Sabe-se que em 1729 foi reconstruído o Corpo da Igreja, sendo Padre Capelão Manuel da Silva. A torre foi mandada construir pelo P.e Manuel Leite Mariz em 1746. É também neste ano de 1746 que foi feita a tribuna e o Altar-mor sendo Mestre entalhador Custódio Araújo Leite.

O painel colocado no Altar-mor, representando a Senhora da Misericórdia, foi pintado por António Monteiro, natural de Braga, e aí colocado em 8 de Dezembro de 1749.

A grande obra de restauro da tribuna foi realizada em 1828 e ficou a cargo do Mestre João José de Araújo Saragoça.

Actualmente a Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Fão procedeu a importantes obras de restauro, quer do edifício quer do recheio, tendo dotado esse espaço com um MUSEU DE ARTE SACRA.

Capela de N. S.ra da Bonança
Embora não esteja ligada à Casa do Facho, não podemos de forma alguma separar aquele monumento da Capelinha que se situa pela parte Sul.

É um templo modesto, com uma arquitectura típica do séc. XVIII embora denotando alguns sinais de alterações.

A abside apresenta uma forma muito curiosa possuindo na parte exterior, e voltado para o mar, um pequeno nicho onde, segundo relatos dos anos 30, estava colocada a imagem policromada da Senhora da Bonança.

Segundo a tradição, uma lamparina era aí acesa, todas as noites, com a finalidade de alumiar a sepultura de um poveiro morto e com fama de santidade.

Era usual cantar-se junto desta imagem:

" Oh! Senhora da Bonança

Qu\'estás voltada para o mar,
Abençoai os barquinhos

Que nele estão a passar. "

Sobre a estrutura da sua abside, o Etnólogo Jorge Dias refere-se a esta comparando-a às próprias barracas de guardar sargaço que se estendem pelo cordão dunar até à freguesia de Apúlia. Segundo este mesmo autor, tanto a Capela como as barracas de Cedovém, de formas arredondadas, são reminiscência de uma prática arquitectónica muito antiga, podendo mesmo recuar-se até à Idade do Ferro. É " uma tendência ancestral inconsciente".

A este pequeno templo acorriam pescadores e mareantes de todo o litoral norte do país e mesmo Galiza, que vinham solicitar a melhor bonança para a labuta no mar. Disso dão-nos prova os Ex-voto dedicados à Senhora da Bonança e que, tanto quanto julgamos, se desconhece o seu paradeiro. Refira-se que no excelente catálogo da exposição de "Ex-Votos: Painéis votivos do Rio, do Mar e do Além-Mar ", realizada no Museu de Marinha de Maio a Setembro de 1983, se refere a três interessantes Ex-votos provenientes daqui de Fão e oferecidos ou dedicados à Senhora da Bonança. O primeiro - um óleo sobre tábua, é datado de 1815, outro datado de 1812 e o terceiro, possuindo um interessante texto, pintado a óleo sobre tela, foi dedicado e oferecido pelo Capitão Francisco Pinto de Campos, então Comandante do Palhabote Laboriozo. Neste Ex-voto dizia-se que se toda a tripulação se salvasse iriam, em conjunto, "... pedir com a vela do palhabote ". Para além destes três Ex-votos aparecia, na referida exposição, um outro, proveniente da Igreja Matriz de Fão. Este fora oferecido pelo Capitão Joaquim Cazanova.

No campo etnográfico esta Capela é importantíssima pois até cerca de 1932 conservou as suas portas primitivas repletas de siglas de pescadores que constituíam um autêntico tesouro da etno-sociologia piscatória. No seu interior ainda se conservam duas portadas que merecem atenção especial.

Sabe-se, agora, que aquelas " assinaturas sigladas ", embora muitas de origem poveira, eram, também, senão a maioria, dos pescadores fangueiros, de Esposende e Apúlia. Eram autênticos brasões de família e, algumas das vezes, únicos assentos notariais da classe piscatória.

O Dr. Flávio Gonçalves, investigador de arte, escreveu um artigo subordinado ao tema " Recordações Poveiras na Capela de N.ª Sr.ª da Bonança, em Fão " em que começava por citar um ditado popular que dizia " Se queres aprender a rezar, entra no mar ", forma de explicar a grande Fé de todos os marítimos e navegantes.

Capela de Santo António da Fonte
Se nos fosse permitido classificar os monumentos religiosos fangueiros de piscatórios ou rurais, estaríamos a falar naquele caso o da Bonança e neste o de Santo António da Fonte.

Aliás Fão é isso mesmo. Ao longo dos séculos sempre foi um misto entre o mar, o campo e o urbano.

Trata-se de um santuário campesino e, por isso, de grande devoção dos agricultores. Aliás a sua romaria, no Quarto Domingo de Setembro insere-se no ciclo de festas e ritos de gratulação das colheitas. A própria fonte que existe pela parte poente, de grande tradição popular, servia de apoio à romaria dos animais.

Esta fonte foi mandada construir pelo Reitor de Fão Manuel Maciel Jordão, em 1681. Insere-se na tipologia da fonte de mergulho e possuía uma pequena cobertura. No seu frontispício foi esculpida uma inscrição, hoje bastante apagada, que dizia " FONS BONUS INEGO SALUTATI DIGNATUS HONNOR - ANNO DE 1684 ". Por volta de 1850 colocaram-lhe uns degraus.

Segundo a tradição, em cima de uma peanha estaria colocada uma Imagem de Santo António e numa outra lápide rezava "MANUEL RIBEIRO DOS SANTOS MANDOU FAZER ESTA OBRA".

Julga-se ter sido este pequeno nicho a origem da actual Capela.

Há quem defenda que a devoção primitiva desta Capela não seria Santo António mas sim Santo Antão - Antonius. Santo Antão era o Protector dos animais da raça cabrum lanígero e vacum.

Capela da Lapa
Como se refere um documento datado de 23 de Maio de 1758 esta Capela foi "...novamente erecta pelo Missionário Apostólico Ângelo de Sequeira, feita de bela pedraria lavrada... ".

Quem terá sido este eminente Missionário e grande devoto da Sr.ª da Lapa?

Era de origem brasileira, aluno dos Jesuítas e formado em Direito, múnus que exerceu com grande brilho. Abandonou a sua actividade e fez-se Missionário da Companhia de Jesus, utilizando toda a sua fortuna na devoção à Sr.ª da Lapa. Mandou edificar Capelas, sob esta invocação, dotando-as com ricas e artísticas imagens. Fundou, na cidade de S. Paulo, no Brasil, o Seminário de N.ª Sr.ª da Lapa.

Mais uma vez o estilo renascença marca a arquitectura religiosa de Fão.

A Capela da Senhora da Lapa, que chegou a substituir a Igreja Paroquial por volta de 1870, tendo sido, ao longo de alguns anos do século XIX, o local ou centro de decisões da vida de Fão. Era no Largo da Lapa que se colocavam, em pregão público, todas as obras que tinham lugar na povoação de Fão. Recordamos que todos os anos, em frente a esta Capela, se lançavam em leilão os impostos do Sargaço.

O seu Altar-mor é estilo renascença e no seu pavimento existe uma sepultura brasonada - julgamos tratar-se do panteão da família instituidora da mesma, que pertenceu a D. Bonifácia Sousa de Moura Carneiro.

Esta sepultura tem a data de 1759 e em termos heráldicos tem como timbre o estatuto de Coronel de Nobreza. Em termos familiares está partido pelas Famílias Pereira, Carneiro e Moura.

Capela da Boa Morte
Em 1758, nas Memórias Paroquiais, escreveu-se que "... a Capela de Nossa Senhora da Boa Morte situava-se nos arrabaldes da Freguesia ...".

O Século XIX terá sido desastroso, para os monumentos fangueiros. Esta Capela, como não podia deixar de ser, não escapou à intempérie do tempo ou à incúria dos Homens.

Por deliberação do Conselho de Distrito, em Acórdão de 18 de Abril de 1873, decidiu-se que o Adro da Capela da Boa Morte seria o local ideal para aí funcionar um Cemitério de carácter Paroquial. Assim e face a esta deliberação, a Junta de Paróquia, juntamente com o Regedor de Fão, chegaram à conclusão de que o pavimento da Igreja Paroquial já não oferecia grandes condições para receber mais cadáveres, estava praticamente repleto, pelo que a escolha de outro local era de primordial importância. Acontece porém que o local ou adro da Capela da Boa Morte era bastante pedregoso tendo a Junta de Paróquia mandado retirar todos os penedos existentes e, ao mesmo tempo, preparar a terra que serviria de base aos enterramentos.

Curiosamente, uma das preocupações, quer da Junta de Paróquia quer mesmo do Prior, foi solicitar ao Sr. Arcebispo a separação, bem nítida, de um terreno no futuro cemitério, para que aí fossem sepultadas as pessoas que professassem outros credos. A demarcação desse mesmo talhão foi feita no dia 16 de Julho de 1882.

Os Fangueiros viram nas ruínas daquela Capela da Boa Morte, o centro do seu campo sagrado. É assim que esta Capela, datável do último quartel do século XVII, princípios do XVIII, vê o arranque do seu restauro.

Dado o seu estado de degradação, houve necessidade de proceder quase ao seu total desmantelamento e reconstrução "fiel e cuidadosa".

A obra de pedreiro foi entregue a Manuel Gomes Ferreira que se propunha realizar toda a obra, aproveitando a pedra existente, lousas e barro do caldeirão. José de Passos de Jesus encarregar-se-ia pela obra de carpinteiro, que incluía o tabuado em castanho e pintura de grande qualidade. A João Barbosa Rodrigues foi dado o trabalho de caiador e pintura, devendo preparar bem os traços da cal e a Tribuna deveria ser pintada a óleo branco. Refira-se que todos os mestres eram naturais e residentes em Fão.

Estamos certos de que a gente de Fão soube dar resposta ao embelezamento do seu " Campo Santo " edificando um dos mais monumentais e ricos cemitérios do norte de Portugal.

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