Porto Covo
   
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Freguesia: Porto Covo

A Freguesia Porto Covo não sofreu alterações


CONTACTOS
 
Morada Rua do Mar nº 4
Cód. Postal 7520 - 437 PORTO COVO
Telefone 269959120

   

EXECUTIVO DA JUNTA ASSEMBLEIA DA FREGUESIA
 
Presidente Cláudio Filipe dos Santos Coroas Rosa
Secretário (não disponível)
Tesoureiro (não disponível)
 
Presidente (não disponível)
Secretários (não disponível)
Restantes
Elementos
(não disponível)

DESCRIÇÃO DA FREGUESIA
 
freguesia de Porto Côvo, nos meados do século XVIII, não era mais do que uma pequena, mas bonita e acolhedora povoação litoral que lentamente se desenvolvia sobre a arriba, próximo de uma pequena enseada.
A diminuta dimensão do local é atestada pelo reduzido número de fogos que contava em 1780, apenas quatro.
Próximo de Porto Côvo, na lha do Pessegueiro, restavam os fortes do Pessegueiro, únicos testemunhos do grandioso projecto que Filipe II de Espanha e I de Portugal, haviam concebido para ser um porto marítimo. Os fortes do Pessegueiro eram dois. O primeiro ficava na costa, que contava com uma reduzida guarnição, contribuía para a defesa e vigilância da costa, o segundo estava já completamente abandonado e arruinado.

Ainda no século XVIII o principal interesse de Porto Côvo prendia-se com a utilização da calheta local e do ancoradouro do Pessegueiro, como portos de pesca e comércio. Mesmo este uso era limitado pelas condições climatéricas, porque quando o mar estava bravo era impossível entrar na barra de Porto Côvo e se mau tempo estava de Sudoeste não era seguro o uso do abrigo do Pessegueiro. O local vai, no entanto, despertar a atenção de um grande capitalista, no último quartel de setecentos, era ele Jacinto Fernandes Bandeira, membro da alta burguesia comercial pombalina. Jacinto Fernandes era originário de uma família de Viana do Castelo, onde nasceu a 28 de Abril de 1745, não muito abastada. Cedo veio para a capital onde fui ajudado por familiares e enveredou na actividade comercial, para a qual revela grande capacidade, vindo a pertencer ao grupo de gente sem títulos que rapidamente enriqueceu e tomou o poder, durante o governo do Marquês de Pombal.

Ao seu nome Jacinto Fernandes juntou o Bandeira por ter nascido na Rua da Bandeira, em Viana do Castelo. Em 1768 era candidato a familiar do Santo Ofício com a profissão de homem de negócios, contava então apenas vinte e três anos de idade. Em 1774 era cavaleiro da Ordem de Cristo e, em 1792, escrivão do desembargo do Paço e, no mesmo ano, chega a deputado e inspector da Junta de Comércio. Foi, efectivamente, uma vida de ascensão económica notável a que fez questão de juntar títulos aristocráticos. Recebeu inúmeras distinções, tais como a de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real em 1794, por como diz o decreto "...haver principiado uma povoação no sítio de Porto Côvo, de que pode resultar muita utilidade ao comércio e transportes da província do Alentejo, cuja povoação se obrigou a concluir na conformidade do mapa que apresentou." Obteve também, posteriormente, o direito de usar a denominação de Senhor de Porto Côvo que lhe foi dado em 13 de Junho de 1796 "em consideração da actividade com que promove o estabelecimento e povoação de Porto Côvo, em benefício da agricultura, da pesca e do provimento da Corte, além de diversas comissões que tem desempenhado com satisfação. Jacinto Fernandes torna-se em 14 de Novembro de 1802 alcaide-mor de Vila Nova de Mil Fontes e, algum tempo depois, o de conselheiro da Real Fazenda. É feito Barão de Porto Côvo em 15 de Agosto de 1805. Para concretizar o seu projecto de edificar uma povoação em Porto Côvo manda fazer um plano constituído por dois desenhos, actualmente conservados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

A saber um "Mappa da Configuracçaõ do Terreno e Porto Côvo que se pretende Habitar, e Cultivar" e ainda uma "Planta / Da Nova PovoacçaÕ, do / Porto Côvo", dos quais não se conhece data, mas que devem ter sido elaborados entre 1789 e 1794. O segundo desenho está assinado pelo arquitecto Henrique Guilherme de Oliveira, filho do arquitecto Joaquim de Oliveira, de que se sabe ter sido nomeado em 1789 para ocupar o lugar do pai nos seus impedimentos e que tinha tido o cargo de arquitecto de faróis, que fora anteriormente de seu pai. No "Mappa da Configuracçaõ do Terreno e Porto Côvo..." está representada área de Porto Côvo onde se pretendia criar a povoação e os arredores desta. com a indicação da aptidão e do destino dos terrenos de cultivo. São visíveis também a Ilha do Pessegueiro e o forte da costa, mas estão representados sem rigor. A "Planta / Da Nova Povoacçaõ, do / Porto Côvo", com o traçado urbanístico dispõe a povoação muito próximo da arriba.

Como diz António Quaresma na obra Porto Côvo - Um exemplo de urbanismo das Luzes "O conjunto urbano define-se pela regularidade geométrica dos seus limites e da malha reticulada dos arruamentos paralelos e perpendiculares. Nele sobressaem duas praças que lhe conferem esquematicamente certa semelhança com um H: a Praça do Poleirinho, junto ao Porto e a Praça do Mercado (que pode identificar-se com a actual praça). Entre as duas, os equipamentos sociais: o hospital para inválidos e expostos e a igreja. Tudo na nova povoação está racional e previamente determinado: blocos de habitação, celeiro, armazém de carvão, estalagem, instalações para os armadores de pesca, edifício da Câmara e da cadeia, casa da Fazenda. Cercando grande parte do conjunto, uma cortina com a dupla função de fortificar e de impedir que alguém se precipitasse da arriba. As estradas para o exterior são dirigidas, nos limites da povoação. por um arraial que ajuda a manter a impressão de linearidade e racionalidade." Noutro passo o mesmo autor afirma ainda que "Um dos casos conhecidos da repercussão do urbanismo pombalino fora de Lisboa é o da povoação de Porto Côvo, situada no litoral alentejano, escassos quilómetros a sul da vila de Sines. O seu plano de urbanização, inspirado no da baixa lisboeta, teve, porém, concretização limitada. Uma certa rectilinearidade no traçado das ruas e, principalmente. a sua simpática praça, eis quanto hoje evoca a ideia inicial (...) Deve notar-se que a semelhança da urbanização do Porto Côvo com a da baixa lisboeta está apenas no espírito da solução urbanística. Com efeito em Lisboa tratava-se de reconstruir uma cidade que o terramoto de 1755 destruíra; em Porto Côvo, um projecto individual procurava fazer surgir uma povoação a partir praticamente do nada (portanto sem uma dinâmica de crescimento a priori). Neste aspecto, assemelha-se mais aos exemplos de Vila Real de Santo António e, sobretudo, de Manique do Intendente."

Efectivamente a nova povoação não correspondeu ao projecto do arquitecto Henrique Guilherme de Oliveira. O casario implantou-se a uma centena de metros para o interior, tendo os moradores a intenção, certamente, de fugir às desvantagens de tão grande proximidade da orla marítima. com as habitações e quintais muito expostos às intempéries e à salugem e grande distanciamento das terras de cultivo. Ao que se sabe o arquitecto não teria visitado o local e baseou-se apenas na teórica natureza ribeirinha, o que explica este desfasamento de interesses, entre o projecto e a realidade da população. Não chegou. também. a ser realizado grande parte do plano inicialmente traçado. É a Praça local que, apesar da simplicidade dos edifícios que a rodeiam que melhor documenta a influência do modelo urbanístico pombalino, visível na planta quadrada, no esquema repetitivo das fachadas, na colocação da igreja e até numa certa valorização dos volumes, que dão ritmo ao conjunto, efectuada através da colocação de pequenos torreões nos ângulos.

Enquanto viveu Jacinto Fernandes Bandeira empenhou-se no incremento da povoação. o que não deve ter acontecido com os seus sucessores. Faleceu em 30 de Maio de 1806, solteiro e deixou a sua enorme fortuna aos sobrinhos. filhos da sua única irmã, D. Maria Josefa Cristina Bandeira. Foi o primogénito desta, Jacinto Fernandes da Costa Bandeira que herdou o grosso da fortuna do tio e lhe sucedeu na qualidade de senhor e alcaide-mor de Vila Nova de Milfontes, só se encartando no título de 2.º Barão de Porto Côvo em 26 de Fevereiro de 1822. Pela sua valiosa contribuição para a política do reino, chegou a ser ministro da Fazenda e presidente da direcção do Banco de Lisboa entre outros muitos cargos públicos, elevado em 19 de Janeiro de 1825 a visconde de Porto Côvo da Bandeira e em 15 de Setembro de 1843 foi elevado a conde do mesmo título. Pinho Leal indica, cerca de um século depois que Porto Côvo tinha uns vinte fogos, que deviam corresponder a pouco mais do que o núcleo patrocinado pelo primeiro Barão.

Porto Côvo nunca chegou também a desempenhar o almejado papel de porto do Alentejo. O litoral onde se localizava era muito pouco povoado, entre a baía de Sines e o rio Mira, onde se situavam os dois portos do Alentejo. Teve um papel secundário como porto comercial . A pesca foi a actividade mais importante da população de Porto Côvo, mas que se caracterizava mesmo por um certo arcaísmo. visível no recurso a jangadas de cana que se manteve quase até à actualidade. O desenvolvimento da povoação só registou uma aceleração há alguns anos, com a criação do complexo industrial de Sines. Em termos demográficos Porto Côvo registava cinquenta e cinco fogos em 1940 e 246 moradores. Em 1980 o número de fogos era de cento e noventa e quatro e o de habitantes 539.

Porto Côvo tornou-se freguesia apenas em 1984 e está incluída no concelho de Sines, ao termo da qual sempre pertenceu. Além de ser uma característica povoação piscatória Porto Côvo é também um pólo de interesse turístico com as suas praias de areia fina e branca. aquecida pelo sol, entre as falésias. As suas águas são transparentes e ricas em peixes saborosos que deliciam os visitantes. Em frente à Ilha do Pessegueiro fica a excelente praia da Ilha, com condições para a prática de windsurf, passeios de barco e pesca desportiva. Junto à praia pode ver-se uma fortaleza do século XVII, em parte destruída pelo terramoto de 1775. A Ilha do Pessegueiro. que inspirou um músico contemporâneo Rui Veloso, que lhe dedicou uma bonita canção, podem ser apreciados a fortaleza do século XVII, as ruínas de um porto romano e uma capela quinhentista. No Verão é possível visitar a Ilha em barcos de pesca ou em passeios de barco.
 
 
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