Caíde de Rei
   
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Caíde de Rei foi, e até certo ponto continua a ser uma aldeia essencialmente voltada para a vida agrícola, a terra é muito fértil. Bem o provam os seus rústicos caminhos de carros de bois.

Há poucos anos atrás era ainda a freguesia do concelho que mais vinho produzia.

Para além deste produto agrícola, são também dignos de referencia o milho e o feijão.

O centeio assim como o linho praticamente desapareceu dos nossos campos.

Uma das razões terá sido a falta de gente para trabalhar na agricultura, devido à emigração e à fuga das pessoas para os centros urbanos.

Para tentar solucionar esse problema foram-se introduzindo pouco a pouco as máquinas e hoje quase todos os lavradores-caseiros as possuem.


O Linho

A cultura do linho foi, até alguns anos um dos aspectos notáveis desta terra de Caíde De Rei. Bem o provam a existência de dois engenhos (um já em ruínas, o outro em boas condições), mandados construir em fins do séc. XIX pelo Sr. António Pinto de Babo.

Estes engenhos não só maçavam o linho daqui, mas também das terras vizinhas.

Hoje só conhecem “as voltas que o linho leva” as pessoas mais velhas. Já ninguém cultiva o linho, as razões são várias, entre as quais se destacam: a fuga aos trabalhos agrícolas, (este é um dos que envolve muitas mãos, não pode ser feito com máquinas) e por outro lado, embo­ra o linho seja muito caro, não dá o suficiente para pagar as despesas que o seu trabalho exige.

Todo o ano se trabalha no linho.

No mês de Abril é semeado, em terra previamente preparada (bem estrumada e alisada com os engaços-encinhos).

De Abril a princípios de Julho, altura em que arrancado, necessita de vários cuidados, regas constantes, arrancar as ervas daninhas que impedem o seu normal desenvolvimento.

Aproximando-se o fim de Junho o linho começa a ficar amarelado (maduro) é necessário marcar o dia da arrancada para que não coincida com a dos vizinhos, e rogar as raparigas e rapazes que neste traba1ho são sempre em maior número.


É levado no carro de bois, para a eira e em seguida ripado.

Coloca-se o ripo, com os seus grandes dentes de ferro preso à cabeçalha do carro. Um grupo de raparigas fazem as mãos-cheias, os rapazes passam o linho pelo ripo para lhe sair a bagarela (bergueirela) onde estão a semente. As raparigas, para dificultarem a ripagem e ao mesmo tempo para brincar, fazem nós e metem-no no meio da mão-cheia.

Depois de estar tudo ripado levasse ao poço onde aos molhos, fica mergulhado na água cerca de 15 dias. É pre­ciso de vez em quando ir ver se já esta bem ou não. Se lhe sair a casca (linho) está pronto a sair, caso contrário precisa de mais água.

Após esta fase é levado para um monte próximo. Onde estendido às carreiras fica a secar e a receber o orvalho da noite (9 dias).




Vai novamente à eira ser malhado num dia de sol, para facilitar a sua maçagem. Depois vai ao engenho para ser maçado, em pequenos molhos é metido no engenho (puxado pelos bois).

Os homens da casa, depois da maçagem fazem as maçadoiras com um pé pisam uma parte do linho e com as mãos puxam para ele ficar mais ou menos direito e de maneira que as mulhe­res possam torçe-lo e assim fazer as estrigas. O conjunto de doze estrigas é chamado uma “mão de linho”.

É chegada a altura do serão da espadadela.

As raparigas vem cantando pelo caminho com es espadeladoiro e espadela debaixo do braço. Os rapazes neste trabalho, não tomam parte, só participam na dança.

O Serão é animado pelas belas vozes das raparigas, que nunca se esqueçem de ver fora do beiral, “deitar o terno”, é o melhor processo de chamar os rapazes. nesta fase tiram-se os tomentos, primeiro os grossos (ditos d'abaixo) e depois os finos (d'alimpa).

Noutro dia a marcar, o linho é asseado.

Passam-se as estrigas pelos afiados dentes do sedeiro para lhe retirar a estopa. Em primeiro lugar sai a estopa gros­sa e depois a fina, o que resta é então o linho puro. A estopa põe-se em mamlos e o linho em estrigas.

A fiação é trabalho geralmente destinado às mulheres da casa(mãe e filhas), ou então alguma mulher idosa se vai distraindo a fiar. Há cinco tipos de fiação: tomentos grossos e finos, estopa grossa e fina e o linho propriamente dito.

Terminada toda a fiação é preciso trabalhar no sarilho, que transforma as massarocas feitas no fuso, em meadas.

Aproxima-se o Março e é também necessário fazer uma das mais difíceis tarefas, “Curar” as meadas.

Começa-se por cozer as meadas, o que pode ser feito de três maneiras: no forno, nas grandes panelas de ferro com três pernas ou no cortiço, de qualquer forma se usa grande quantidade de cinza envo1vendo as meadas. Destes três processos o que dá melhor resultado é a cozedura nas panelas. As meadas, envolvidas em grande quantidade de cinza e água cozem nas panelas durante meio dia.

No tanque lavam-se, depois de cozidas, para ficarem sem cinza. Em seguida, são metidas no cortiço, cobrem-se com um lençol e por cima deita-se mais cinza, mas de forma que não chegue às meadas (por isso se coloca o lençol). Deita-se por cima, água quente do manhã e à noite durante três dias, são os chamados cosedouros. No segundo dia viram-se as meadas ( a parte que estava para dentro volta-se para fora e vice-versa) e renova-se a Cinza.

Ao quarto dia tiram-se do cortiço metem-se em canas e vão corar para o campo. Dia sim, dia não metem-se novamente no cortiço e levam mais água quente, ficam assim durante a noite e ao outro dia de manha voltam para o campo. De vez em quando em vez da barrela lavam-se no tanque. Todo este trabalho leva mais ou menos quinze dias, até ficarem brancas.



Quando estão prontas (brancas) lavam-se muito bem no cesto (virado com o fundo para o ar e coberto com um pano) para que fiquem macias.

Agora que esta passada e fase mais difícil é preciso dobar as meadas na dobadoira e depois mandar os novelos à tecedeira para no tear tecer o pano de linho, que irá enriquecer, o enxoval da família.

 

 

1.arrinca do linho      

2.ripo

3.maço e mangual                                                                                          

4.engenho de maçar linho de tracção hidráulica

5.modelo de engenho de maçar linho de tracção animal

6.espadela e espadeladouro

7.cortiço e espadeladouro

8.sedeiro

9.rocas e fusos

10.fiandeira

11.roda de fiar                    

12.sarilho

13.dobadoura

14.urdideira

15.caneleira

16.tear

17.tear de grade
 
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