Esta freguesia é atravessada pelo Rio Uíma, afluente do Douro, que em
tempos deu origem a uma laboriosa actividade de moagem de cereais,
essencialmente milho. Ainda restam cinco moinhos (Gassamar, Chão de
Moinho, Santa Marinha, Retorta e Arroteias], de rodízio, em
funcionamento. O retrato sandinense é o de uma vasta freguesia, onde o
campo se impõe. No século XIX, após a Revolução Liberal, Sandim foi
Concelho independente em 1834.
O topónimo tem origem no germânico Sandini, Sendini, ou Sindini - nome próprio.
Nas
inquirições de D. Dinis, a freguesia aparece como "Couto .' do Bispo do
Porto" e, em 1527, como "Aldea do Couto de Vila Cova de Sandini". Esta
designação conota-se com o Mosteiro de Vila Cova das Donas, dedicado a
S. Salvador. O convento estava subordinado ao de S. Bento de Avé Maria,
e terá sido mandado construir por D. Gundezindo, em cumprimento duma
promessa feita aquando do nascimento de uma filha, que nasceu
deficiente, julgando que o evento se devesse a castigo de Deus.
Quando
da extinção do convento, as últimas religiosas foram recolhidas no
Convento de S. Bento de Avé-Maria, onde se localiza presentemente a
estação do mesmo nome. Da primitiva construção ainda existe a
capela-mor da igreja, relíquia preciosa onde se venera o S. Brás e a
Senhora das Candeias, no lugar do Mosteiro.
A
Igreja Matriz data de 1700. Terá existido, porém, uma outra
anteriormente, da qual não restam vestígios, no sítio da Carvalhosa,
terreno de monte. Tem uma interessante fachada, e no interior e
dependênciçs anexas existem valiosas imagens dos séculos XVII e XVIII.
A da padroeira, Nossa Senhora da Expectação, alguém retirou a
proeminência da gravidez. Outra imagem a destacar é a de Santa
Quitéria.
Alguns dos 45 lugares da freguesia são
muito antigos, como o dão a entender os seus nomes: Crasto, Gougeva,
Sá, Mourilhe ou Mouril, Gende, etc.
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Existem várias capelas, da freguesia ou particulares. Em Gassamar está
a Capela da Senhora da Penha de França. a quem as mulheres grávidas
oferecem promessas (pequena festa todos os anos em 1 de Fevereiro). A
entrada da freguesia está Capela do Calvário, dedicada a Nossa Senhora
das Neves, que dá o nome ao lugar e à estrada que atravessa a
localidade: forma com as cruzes graníticas do espaço fronteira um
conjunto onde se integram excelentes moradias oitocentistas (a
revestida de azulejo azul é exemplar da arquitectura da região).
Dispersam-se pela freguesia várias casas abrasileiradas. construídas
por habitantes da freguesia que fizeram fortuna no Brasil.