Os moinhos foram um factor económico muito importante no desenvolvimento económico e social de Sandim.
O Mosteiro de Vila Cova das Donas manteve arrendados inúmeros moinhos e
pisões a gerações sucessivas, privilégio bastante desejado.
Infelizmente, os nossos tempos não se compadecem com ideias românticas.
levando as pessoas a abandonarem as artes tradicionais.
Temos, pois, obrigação de não deixar cair no esquecimento algo que faz parte da nossa história colectiva.
Descrição Pormenorizada (clique aqui para ver o mapa)
Abandone o seu automóvel no Largo do Mosteiro e comece um revigorante passeio.
Ligeiramente
retirado para sul encontra o que resta do Mosteiro de Vila Cova das
Donas. Este Mosteiro foi o principal pólo de povoamento desta região
após a reconquista cristã por volta do século XI. Do mosteiro
beneditino apenas resta a capela-mar hoje transformada em humilde
capela.
Por detrás da capela nasce um caminho público, o
qual, um pouco mais à frente, acompanha uma linha de água, sempre junto
ao muro, até à Rua dos Fornos. É um bonito trecho pelo meio dos campos,
alguns ainda em uso.
Perto está a Escola Primária de Sá
onde os professores e seus alunos trabalham uma horta com culturas
tradicionais I(por ex. linho e milho) e recuperaram um espigueiro e uma
eira.
Da Rua dos Fornos siga para a Rua das Arroteias
atravessando a Estrada Nacional 222 junto à antiga escola transformada
em santuário de cultura popular.
Esta descida para o rio já possibilita um primeiro contacto com a fauna e flora, com a paisagem a mudar radicalmente.
Ao
fundo, na zona das Arroteias, depara com um enorme moinho compreendendo
dez rodízios bastante arruinados que está situado num belo local...
Seguindo
na direcção da nascente do rio, ao longo do canal, logo a seguir a um
açude, avistará na margem oposta um outro moinho com as mesmas
dimensões do anterior, também em estado decrépito. Aqui observe os
castanheiros, carvalhos, sobreiros, pereiras bravas e os introduzidos
eucaliptos e acácias (austrálias), e pode ouvir, misturado com o suave
marulhar do rio, o alegre chilrear da passarada.
Em
tempos este Rio Uíma era afamado pelas suas trutas e bogas. A poluição
levou tudo. A falta de melhor imagine-as saltando o açude ou
abocanhando um insecto incauto.
Seguindo até à ponte de
madeira pode cruzar o rio para observar de perto o Moinho de Gassamar,
uma dessas relíquias, esta ainda em actividade, assim como o canal
tributário com o seu belo conjunto de pontezinhas em pedra.
De
regresso à ponte temos em frente um caminho a subir que conduz, a
cinquenta metros, à Fonte das Arroteias, uma boa e procurada água.
O percurso segue então pelo caminho da esquerda na ponte.
Mergulha
num belo bosque desembocando, mais à frente, num caminho carreteiro que
o conduz a uma ponte, a Ponte de Carro. Este caminho seria a antiga
estrada Porto-Viseu provavelmente de origem romana. Ao lado situa-se o
hipódromo de Sandim.
Logo em seguida encontra outro moinho, o Moinho da Ribeira, desactivado, com as suas mós encostadas à parede.
Ao
chegar à estrada continue o percurso paralelamente ao rio até à Ponte
de Sá, onde avulta a antiga fábrica de papel. Desfrute da beleza,
bucolismo e calma que se desprendem do local antes de seguir em frente,
pela estrada, até à casa da curva onde deve pedir ao sr, Manuel
Príncipe que lhe faculte a visita ao seu conjunto de três moinhos.
Na
casa contígua mora o sr. José Ramos, conhecido por sr Batista, que
mantém com um carinho vigilante o seu moinho e canal em perfeitas
condições de funcionamento.
Este local, Chão de Moinhos,
espicaça-nos a imaginação "Quase que se vê o valente moço da lenda
trabalhando arduamente para resgatar a princesa moura à sua triste
condição" (ler a Lenda de Sandim - "A Moura Encantada") .
Continuando pela estrada e cruzando mais uma vez o Rio Uíma, sobe-se, tomando logo à direita um caminho entre muros.
Mas
antes é obrigatório um desvio de uma vintena de metros para espreitar
"O Engenho", uma antiga fábrica de papel, cuja força motriz foi a água
do rio e onde se produziu o primeiro papel selado do nosso país, vai
para duzentos anos.
Essa fábrica, com dois moinhos e uma ponte, em propriedade privada, fazem um magnífico conjunto
Seguindo
pelo caminho já descrito, vai em direcção a Mourile (como dizem na
região) ou Mourilhe (como está registado na carta militar) por um
caminho que vai passar junto de outra afamada fonte, a Fonte de
Mourile.
Chegando à Rua das Cavadinhas, recentemente alcatroada,
encontra pouco mais adiante a estrada para Sanguedo que provém do Largo
do Mosteiro, local de onde partiu há algum tempo...