O toponómio Teixoso está intimamente ligado com a existência de uma espécie arbórea autóctone, o Teixo, outrora muito abundante, mas hoje praticamente extinta. O seu desaparecimento deve ter ocorrido durante a Idade-Média. À medida que se desenvolvia a pastorícia, o teixo era destruído pelos pastores por ser mortífero para os animais que ingeriam as suas ramas.
No actual território do Teixoso abundam vestígios de anteriores ocupações desde o Bronze Final até ao período alto-medieval, sendo disso exemplo os castros do Cabeço Gordo, do Cabeço do Castelo e de Vila de Mouros, este já no limite da freguesia.
Quanto à freguesia é uma das mais antigas do concelho da Covilhã, sendo já mencionada nas inquirições de 1314 - "Na freguesia de Teixoso... comprou D. Soeiro Raimundes seis casais"- Soeiro Raimundes era filho de Raimundo Pais que assinou o foral da Covilhã em 1186.
Da mesma época surgem referências a outros povoadores como D. Ponço Afonso, Pêro Esteves, a Sé de Viseu e o mosteiro de Santa Maria da Estrela.
De acordo com as inquirições de 1396, algumas terras pertenciam à coroa e terão sido aforadas a Martim Peres, piliteiro na Covilhã.
A presença do rei D. Fernando I, na freguesia, em 10 de Setembro de 1377, confirmada por uma mercê do monarca, assinada no Teixoso, a Vasco Martins de Melo, demonstra a importância que a freguesia então teria.
No século XV, o prestígio do Teixoso não se perdeu, pelo contrário foi dilatado. O Infante D. Henrique torna-se Senhor da Covilhã, passando o Teixoso a ser padroado seu. A igreja era então cobiçada por vários clérigos, a demonstrá-lo está a contenda entre Gonçalo Martins e Fernão Afonso que levou à intervenção do papa Martinho V em favor do primeiro, através de breve datado de 10 de Abril de 1427.
Com a morte de D. Henrique foi o Infante D. Fernando, seu sobrinho, que herdou o senhorio da Covilhã, escolhendo o Teixoso para instalar uma ferraria.
No século XVI, era o filho do Infante D. Fernando, D.Manuel I, o Senhor da Covilhã, herdara por consequência a ferraria que seu pai criara e recebe a confirmação dos privilégios que este obtivera para os moradores do lugar não pagarem qualquer sisa nem tributo do ferro que se vendesse na dita ferraria, por carta régia de 26 de Maio de 1489.
No século XVI, o cabido de Viseu possuía ainda terras no Teixoso, das quais é feito emprazamento em três vidas a Álvaro Nunes, escudeiro do bispo da Guarda.
O Teixoso seria então uma freguesia próspera e julgar pelo número de templos construídos ou então restaurados. Os judeus expulsos de Castela em 1492, muitos dos quais aqui se instalaram, terão contribuído de forma importante para este desenvolvimento, visto boa parte deles se dedicar a actividades comerciais, como nos demonstram os vários processos nos tribunais da inquisição.
Durante o século XVII, são vários os teixosenses que saem para as regiões ultramarinas. É o caso de João Antunes de Proença que, na condição de ir à Índia, obtém o foro de cavaleiro-fidalgo, por alvará régio de 4/03/1669. Caso semelhante é o do doutor Manuel Martins Madeira, ouvidor do conde de Sarzedas e juiz de Fora de Castelo Novo, que se torna ouvidor geral do cível da relação de Goa, chanceler da Relação e secretário do estado. Pelos serviços prestados recebeu a capitania de Diu. De igual forma durante as guerras da restauração destacam-se os teixosenses, Manuel Esteves Feyo e o governador da praça de Alfaiates, Francisco Esteves Floredo.
No século XVIII, em 1706, o Teixoso era a segunda maior freguesia do Concelho da Covilhã, com 420 vizinhos, depois do Fundão com 700 vizinhos (na data o Fundão ainda pertencia ao concelho da Covilhã).
Neste século são vários os pizões bem como outras estruturas ligadas aos lanifícios, surgidos, sobretudo, junto das ribeiras.
Depois da década de sessenta, a instalação da Ordem Terceira de S. Francisco vai marcar profundamente a religiosidade teixosense.
No século XIX, é criado o baronato do Teixoso, sendo seu primeiro barão D. José Ferreira de Pina Calado, por decreto de 12 de Novembro de 1891.
A forte tradição fundiária, bem como o goro da pretensão do traçado do caminho de ferro por Teixoso, Orjais e Aldeia de Mato levam a uma certa regressão do Teixoso face a outras freguesias do concelho. Ainda assim, os serviços prestados por alguns teixosenses, como Luís do Valle, pintor, Higino de Valle, o último prior de Teixoso a receber uma mercê de D. Manuel II, João Bizarro Morais, chamado para servir a Casa de Bragança e fundador do primeiro jornal de Reguengos, ou Frei Lourenço do Valle, o maior pregador da região, demonstram bem o valor dos teixosenses nascidos durante o século de oitocentos.
Já no século XX, o período da Primeira República é vivido de forma intensa, daqui saíram então dois presidentes da Câmara Municipal - o Barão do Teixoso (1914) e o Dr. António Bernardo Fonseca e Cunha (1920-1923)- e em 1916 foi fundado o "Círculo de Estudos do Teixoso" pelo Pe Higino do Vale e por Mário Bernardo da Fonseca e Cunha.
Finalmente pelo decreto n.º15:131, de 5 de Março de 1928, o Teixoso é merecidamente elevado à categoria de Vila, determinando o dia 8 de Março como o dia oficial da Freguesia.
Apresentação da responsabilidade DRº Carlos Manuel Dias Madaleno