Ao longo das últimas semanas foram sendo feitos os preparativos (no cemitério e na envolvente), para receber esta festividade, com o arranjo e asseio desejáveis.
Nos últimos dias essa tarefa foi intensificada, para que tudo corresse pelo melhor.
Os dias do fim-de-semana anterior, o feriado da véspera (1 de Novembro) e o próprio dia de manhã, foram dias de intensa labuta em torno do arranjo e enfeite das sepulturas.
Depois de um fim-de-semana de mau tempo, a semana entrou com outra cara, tendo o dia 2 sido espectacular, oferecendo as condições ideais para uma cerimónia ao ar livre.
Logo após o almoço, começou a verificar-se um enorme fluxo de pessoas para o cemitério, com o objectivo de colocarem as últimas flores, acenderem as velas e orarem pelos familiares falecidos, cujos corpos ali foram sepultados.
Às 15H00, do palco gentilmente montado na parte mais alta do cemitério pela Câmara Municipal, a pedido da Junta de Freguesia, teve lugar a Eucaristia, à qual presidiu o pároco P. Filipe Coelho, tendo como concelebrantes os padres Manuel Cirne e David Pinho, naturais desta freguesia.
No final, a irmandade, acólitos e celebrantes foram em cortejo para a Igreja (donde já tinham vindo no início), tendo as pessoas continuado as suas orações junto das sepulturas de família.
Tudo correu bem! Digno de registo a grande afluência de pessoas, tendo sido talvez o ano no qual se registou uma maior participação. As viaturas automóveis que se encontravam estacionados nos parques e arruamentos, foram em número como nunca se viu. Apesar disso, além da dificuldade na procura de lugar, verificada a partir de determinada hora, não se registaram problemas com os estacionamentos.
Mais uma vez se conseguiu o desejado ordenamento e arrumo do comércio à porta do cemitério, facto que começa a entrar no hábito, de ano para ano.
Para finalizar, esta celebração é sempre uma oportunidade de, a nível da freguesia, se encontrarem muitas pessoas que se encontram ausentes da mesma, por se encontrarem radicadas noutras localidades ao longo do nosso Portugal, ou mesmo no estrangeiro.

Reflexão sobre o Dia de Finados
O Dia de Finados, como é vivido em nossas cidades e aldeias encerra um valor e um significado muito maior do que parece.
Finados desperta-nos a consciência para a realidade da morte, redescobre a nossa identidade e abre-nos para o mistério da existência humana.
O Padre António Vieira dizia que a morte tinham duas portas: por uma se saía da vida; por outra se entrava na eternidade.
Importante é a primeira porque no seu umbral está registado o que fomos na vida pelo uso de nossa liberdade, algo que depende de cada um.
A segunda porta é consequência inevitável da primeira, pelo que, o pensamento da morte, tem o dom de nos desvendar a verdade sobre nós mesmos. Ela nos mostra o sentido e o valor da vida, como um momento único e intransferível, para o homem cumprir sua missão e realizar-se.
É bom lembrar a memória dos mortos, dos antepassados, daqueles cujas vidas muito representaram para cada um de nós e cuja experiência nos pode esclarecer, cultural e espiritualmente e fazer-nos voltar às nossas raízes.
As flores de Finados expressam a saudade que deles temos. Mas não basta ficar na lembrança, na homenagem ou mesmo na oração por eles.
Ao acender velas para nossos mortos, mostramos nossa fé; em Cristo, luz do mundo.
Finados é o momento de robustecer a nossa fé neste Cristo que, na cruz, assumiu nossa morte, que por nós aceitou morrer e em sua Ressurreição triunfou do poder da morte.
