Como explicar a presença dos Fenícios no território da actual freguesia de Moimenta da Beira? Como explicar uma fonte, outrora situada entre o Arrabalde e o monte de São Mamede, construída com as pedras de um mausoléu real? Como explicar a existência de uma sala secreta no subsolo do Terreiro das Freiras com ligação ao Convento da Ordem Terceira de São Francisco? Como explicar a tradição de que Moimenta tem o corpo de Santa Cândida? Como encontrar os restos da antiga Capela de São Mamede? Como explicar a lendária mina do Rei Chiquito, na Quinta da Alagoa, junto aos Prados de Baixo? Como explicar a Igreja Matriz da Vila da Rua, cujo campanário, segundo o General João de Almeida, assenta sobre a torre de um castelo medieval mandado construir pelo rei D. Sancho I, quando os moradores de Caria-a-Velha fundaram a actual povoação da Vila da Rua? Como explicar os restos de construções nas margens da ribeira de São Paio (Monte do Coutado, Rua), associadas, por alguns autores, à primitiva Caria e, por outros, a um castelo templário? Como explicar a trasladação da Capela de São João Baptista, em 1757, para junto de um cemitério medieval situado entre a Granja dos Oleiros e Vide? Como explicar a existência de um convento ou recolhimento de freiras de Santa Clara, em Sever, do qual resta o topónimo Dasclaras? Como confirmar a existência de enterramentos nas imediações da Capela de São Domingos (Prados, Rua), da Capela de São Tiago (Vila Cova, Caria), das igrejas de Leomil e do Vilar? Como interpretar as insculturas da Cabeça Gorda (Cabaços), da Coutada (Aldeia de Nacomba), do Vale do Moinho (Moimenta da Beira) ou as da Chã das Lameiras no Planalto da Nave? Como explicar os bocados de barro cozido encontrados nos sítios do Cavaleiro, do Toitainho e da Surrinha, em Aldeia de Nacomba? Como explicar o aparecimento de sepulturas escavadas na rocha, tijolos, moedas e pesos, quer na Arrochela (entre Granja dos Oleiros e Vide, Rua), quer no lugar do Porto, em Vila Cova? Como explicar o aparecimento de telhas romanas no lugar da Cabeça (Beira Valente, Leomil), nas Quelhas (Peravelha) ou na Janamoga em Ariz? Como descrever os pelourinhos de Peravelha, de Nagosa e de Moimenta (dada a sua falta), ainda que, de acordo com estudos recentes, tenha sido implantada uma réplica do último?...

Isto para dizer que, para além de todo o património conhecido até ao momento, verifica-se ainda um aparente vazio em relação a alguns locais deste concelho, cuja toponímia (como é o caso das Mourarias em Leomil), tradição popular e bibliográfica indiciam fortemente a presença de testemunhos do passado.

Por outras palavras, para dizer que, após oito anos de investigação nesta região, ainda há muita pesquisa arqueológica a fazer neste concelho, quer através de prospecções, quer através de escavações, para que se possa responder a perguntas específicas sobre o passado.

Publicado no Jornal Beirão (54.ª edição)

Queimada durante as Invasões Francesas.

Foi destruída pelos Franceses e situar-se-ia no monte com o mesmo nome.

Aqui foi encontrada uma estela discóide (medieval) em bom estado.

GUIA, A. B. (2002) - Foral e Pelourinho de Moimenta da Beira. Viseu: Eden Gráfico, S. A..

GOUVEIA, J. (2009) - Os Pelourinhos do Concelho de Moimenta da Beira. Ed. Câmara Municipal de Moimenta da Beira.

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GUIA, A. B. (2001) - As Vinte Freguesias de Moimenta da Beira. 3.ª ed. Viseu: Eden Gráfico.

GUIA, A. B. (2001) - Os Oito Concelhos de Moimenta da Beira. 3.ª ed. Viseu: Eden Gráfico.

GUIA, A. B. (2003) - Moimenta da Beira - Livres. Iguais. Solidários. Viseu: Eden Gráfico, S. A..

GUIA, A. B. (2003) - Moimenta da Beira - Uma Cidade/Estado da Lusitânia. Viseu: Eden Gráfico, S. A..