Todos confirmam que o Algarve é uma região cheia de encanto e que, de lés a lés se escondem magníficos tesouros à espera de ser descobertos.
Em tempo ainda de verão, o local de romaria no Barlavento é o Farol do Cabo de São Vicente, em Sagres.
Este local mágico tornou-se no ponto de encontro quase diário de muitos turistas que não dispensam um pôr-do-sol único e envolvente com uma natureza "gélida", mas acolhedora ao mesmo tempo.
O presidente da Junta de Freguesia de Sagres, Luís Miguel Paixão confirma que o Cabo de São Vicente tem tido um acréscimo significativo de turistas e "é, cada vez mais, um dos locais preferidos para ver o pôr-do-sol no Algarve, chegando-se a formar filas de vários quilómetros de veículos nas estradas de acesso ao farol".
A procura "não acontece só nos meses de verão", uma vez que, segundo Luís Paixão "é nos meses de outubro e de novembro que o astro-rei proporciona imagens mais deslumbrantes, devido à sua cor de fogo".
Nas imediações do Farol do Cabo de São Vicente, os dois parques de estacionamento existentes "já não têm capacidade para acolherem o elevado número de veículos", que acabam por ficar aparcados ao longo da estrada que dá acesso à Fortaleza de São Vicente.
Luís Miguel Paixão, realçou a necessidade de encarar este local como um forte potencial turístico. O autarca de Sagres salienta a importância de se implementar infraestruturas de apoio, entre as quais miradouros, o aumento e ordenamento do estacionamento e a instalação de sanitários públicos para melhor acolher os visitantes que se deslocam a um dos locais privilegiados do Algarve.
Tratando-se de uma área cada vez mais procurada por nacionais e estrangeiros, o presidente da Junta de Freguesia de Sagres acredita merecer um olhar diferente por parte da autarquia de Vila do Bispo e do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
O Farol de onde se vê o pôr-do-sol "mais espetacular do mundo" e de onde se captam as imagens mais fantásticas do sol no Oceano Atlântico foi mandado construir por D. Maria II.
Também conhecido como Farol de D. Fernando, o Farol do Cabo de São Vicente remonta a Outubro de 1846, ano em que entrou em pleno funcionamento.
Era iluminado a azeite e o carácter da luz era de dois clarões de dois segundos a cada dois minutos de período, sendo que o alcance luminoso rondava as seis milhas náuticas.
O Farol passou por diversas transformações e ajustes aos vários períodos históricos, sendo que, o local que hoje se considera como emblemático, já esteve quase na ruína.
Em 1897, devido ao estado precário do farol e do pouco rendimento da sua luz, iniciaram-se os trabalhos de remodelação. As obras duraram 11 anos e em 1908 o farol começou a trabalhar com um novo aparelho, hiper-radiante.
Em 1914 foi instalado um sinal sonoro e em 1926 foram instalados motores-geradores para permitir a substituição da lanterna a vapor de petróleo por uma lâmpada eléctrica.
Dadas as exigências da Segunda Guerra Mundial, em 1947 foram-lhe instalados painéis deflectores, tornando-se, assim, num farol aeromarítimo e em 1948 foi ligado à rede pública de energia eléctrica. Um ano depois, foi instalado em rádio farol que funcionou até 2001.
Em 1982 foi automatizado e tornou-se controlador do Farol de Sagres.
Presentemente, o Farol de São Vicente precisa de um novo olhar para ganhar mais expressão e capacidade de acolhimento a todos quantos o valorizam.
Algarve Primeiro