A água transportada por esta levada, desembocava no caminho baixo que confrontava pelo sul com o quintal de Manuel “Sobrelha”, em S. Simão, no qual corria para poente ao longo de cerca de 20 metros, entrando depois de novo na levada que seguia para norte conduzindo-a até um braço da ria.
Esse caminho foi aterrado e pavimentado (hoje é a Rua do Cabeço), há quase 30 anos, altura em que presidia aos destinos da Câmara da Murtosa o P. António. Nessa ocasião, para condução das águas, foi feita uma travessia em manilhas, no dito arruamento, que obrigava a que se desse continuidade à levada pelo cabeceiro de um terreno, o qual nunca até então tinha possuído esse ónus. A não aceitação desse facto por parte do proprietário do terreno em causa, terá estado na origem do estado a que se chegou – o completo desaparecimento da levada.
De facto, porque a água deixou de correr na regueira devido à descontinuidade da mesma, esta foi sendo desprezada, deixando de ser limpa, ficando assoreada e sendo até entulhada.
Ao longo de todos estes anos, sobretudo naqueles em que o inverno foi mais rigoroso, os proprietários/arrendatários dos terrenos que a regueira habitualmente drenava, viram os terrenos inundados, as suas culturas afogadas, alguns muros caídos, e os prejuízos daí inerentes.
Foi então que, particulares, solicitaram o apoio à Junta de Freguesia, para que esta fosse a mediadora na resolução do problema, para que congregasse as vontades de todos e alcançasse a solução pretendida.
Assim, o executivo da Junta de Freguesia, fez os necessários contactos com os proprietários os terrenos onde a levada passa, tendo conseguido o consentimento de todos eles, o que fez acender a luz verde que propiciou o início dos trabalhos.
Tendo a Junta de Freguesia solicitado a colaboração da Câmara Municipal, em termos de equipamento (rectro-escavadora), esta respondeu afirmativamente, tendo o trabalho sido executado nas manhãs dos dias 6 e 7 de Outubro.
Foi assim dado um importante passo tendente à resolução do problema das águas pluviais que têm inundado uma área de terrenos agrícolas nas Congostas e Romariz. Mas ainda não está tudo resolvido! Tal como foi acordado, a Junta de Freguesia tem ainda que meter manilhas num troço com cerca de vinte metros e executar uma travessia num caminho, tendo dois particulares ficado de abrir as extremidades (montante e jusante) da levada. Relativamente às cotas do leito da levada (agora aberta), aguardaremos a passagem de um inverno para ver se há, ou não, necessidade de efectuar alguma correcção.
No contexto actual, com a água da preia-mar das marés vivas a assumirem uma grande altura, pode tornar-se prejudicial aos terrenos e às respectivas culturas uma levada muito cavada, pois pode por ela haver retorno de águas salgadas. Assim, pensando nesse problema, fomos algo moderados na solução preconizada.
Para finalizar, refere-se que, quando todos unem esforços, quando todos remam na mesma direcção, é possível encontrar soluções para as dificuldades com que nos deparamos. Este, é um exemplo disso. Que surjam outros… Da nossa parte estamos disponíveis.