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O Ciclo do Linho vai ser recriado no Bunheiro
O Ciclo do Linho vai ser recriado no Bunheiro

Pelo segundo ano consecutivo, estas colectividades concelhias agarraram na ideia lançada pelo executivo municipal e decidiram recriar, este ano, o Ciclo do Linho.

O calendário das acções foi planeado por forma a que cada momento da recriação tenha correspondência efectiva com os tempos reais do Ciclo do Linho, tal como era praticado nas primeiras décadas do século passado. Cada uma das Associações terá a seu cargo um aspecto específico do programa, resultando dai um forte envolvimento de cada uma delas.

Assim sendo, a primeira fase da recriação do “Ciclo do Linho” terá lugar, no próximo dia 25 de Março, a partir das 15h, na Casa-Museu Custódio Prato, na Freguesia do Bunheiro, com o lavrar e gradar do terreno, com vacas de raça marinhoa, seguida do semear do linho “a lanço”. Haverá, igualmente, animação com cantares tradicionais, bem como a possibilidade de visitar a Casa-Museu.

As tarefas de preparação e cultivo do terreno (lavrar, gradar e semear) serão feitas à semelhança daquilo que era habitual nas primeiras décadas do século passado, com alfaias agrícolas, gado, sementes e métodos de trabalho, similares ao da época, incluindo o modo de vestir dos intervenientes/figurantes.

Em Junho será o momento de arrancar, ripar e remolhar o linho, culminando o ciclo com a recriação, em Setembro, do secar, amassar, espadelar, assedar, fiar, barrelar, urdir e tecer do linho.

O Ciclo do Linho, pelas suas características, apresenta-se como uma oportunidade para reviver, em várias etapas ao longo do ano, uma cultura outrora marcante, que urge resgatar da memória, para conhecimento das gerações que nunca viram os momentos sucessivos da transformação de uma planta em tecido.

As colectividades organizadoras têm a pretensão de registar em fotografia e video, as actividades de cada um dos momentos do Ciclo do Linho, com vista à produção de um livro e de um documentário, que guarde, para memória futura, a recriação.

 

A CULTURA DO LINHO

A cultura do linho assumiu, até à década de 30 do século XX uma grande relevância, na medida em que, dos materiais naturais usados, então, para a confecção de vestuário, apenas o linho era endógeno da região, uma vez que nem a lã nem o algodão eram produzidos na Murtosa. O linho era, pois, a matéria prima mais barata, porque mais disponível localmente.

A actividade linheira era comum no Concelho da Murtosa e em toda a Região de Aveiro, à semelhança do que acontecia um por todo o país, sempre com a mesma natureza caseira e artesanal, individual e dispersa.

Com a generalização do algodão como a mais importante e quase única fibra têxtil para tecidos correntes e baratos, e a consequente instauração, em Portugal, da indústria algodoeira, a produção de linho entra em decadência.

O linho de produção e utilização caseiras, fechado no seu ciclo restrito tradicional, não pode fazer frente à concorrência do algodão e vai-se extinguindo.

A cultura do linho, para além de constituir um valioso recurso, cuja utilização ia do vestuário à medicina e culinária, ocupava um lugar de destaque na vida social e cultural da comunidade, rodeada como estava a sua produção em ritos e lendas, que ainda hoje fazem parte da memória colectiva das nossas gentes.

Harmonizando o saber antigo, conservado nos gestos repetidos ao longo de gerações, com os novos caminhos da actualidade, a produção de trabalhos em linho representa um importante e valioso património cultural que luta pela sobrevivência com o aparecimento de tecidos modernos e de mais práticas e lucrativas formas de confecção.

Na Murtosa, a memória do linho encontra-se um pouco por toda a parte, das arcas de roupa das avós até à toponímia, de que é exemplo o "Caminho das Remolhas", no Bunheiro, que evoca um dos locais onde se remolhava o linho, uma das muitas etapas do ciclo do linho.

Com a recriação do Ciclo do Linho, pretende-se reavivar, na memória colectiva, uma actividade hoje praticamente desconhecida dos mais jovens, dando a conhecer os processos tradicionais da cultura do linho, desde a sua plantação até à tecelagem.

  

A CASA-MUSEU CUSTÓDIO PRATO

Custódio José da Silva Sousa (Prato) (1889-1985), lavrador rico, sobretudo em propriedades, lega, à sua morte, grande parte delas à Paróquia do Bunheiro, entre as quais se incluía a sua casa, sita no lugar de Passadouros, expressando a vontade de um dia a transformar numa “espécie de museu”, que retratasse a vida social e agrícola da Freguesia.

Anos depois, a vontade daquele homem e a preservação daquela que havia sido a sua morada, far-se-ia cumprir, pela iniciativa e esforço do Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira-Ria”. Em 1991 é iniciada a recuperação da casa e a sua transformação em espaço muselógico, que abre portas ao público em Maio de 1996.

Actualmente a Casa-Museu Custódio Prato, em termos de edificado, apresenta duas áreas principais: a habitação propriamente dita, cujo interior retrata a forma como antigamente se vivia nesta terra, e as construções agrícolas adjacentes, onde estão representadas, para além da actividade agrícola, uma série de profissões, algumas já extintas, como o ferreiro, o carpinteiro, o sapateiro, o barbeiro, o alfaiate e o taberneiro. Para além das construções, referidas, a Casa-Museu comporta, ainda, o quinteiro, onde se destacam o cabanal, a meda de palha, o poço com a nora e uma área de terreno, destinada a horta, onde será semeado o linho.

 A Casa-Museu Custódio Prato, situa-se na Rua dos Passadouros, nº 40, na Freguesia do Bunheiro, Concelho da Murtosa, e pode ser visitada, de terça a domingo, das 14 às 18h.

 

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