Na tarde do dia 18 de Janeiro, a Protecção Civil tinha divulgado a passagem a alerta laranja, devido á previsão de agravamento das condições meteorológicas.

Durante a noite, já pela madrugada, o temporal surgiu de forma intensa, com chuva, mas sobretudo com ventos muito fortes.

Os estragos começaram a surgir e os alertas com pedidos de apoio começaram a cair na Corporação de Bombeiros da Murtosa, intensificando-se os pedidos de ajuda com o passar do tempo.

Não houve mãos a medir, não tendo havido hipótese de a todos atender em devido tempo, dado o número exorbitante de pedidos de ajuda.

Depois das situações de urgência na área da saúde, as prioridades foram para as quedas de árvores que afectaram habitações e vias públicas, com especial incidência nos eixos viários principais.

Cerca das 08H00 surgiu um pedido de apoio por parte de pescadores com embarcações no porto de abrigo da Cova do Chegado (Murtosa), para ajudar a minimizar os danos provocados em embarcações pelo desprendimento da plataforma de amarração das mesmas.

Começaram entretando a surgir pedidos de desobstrução de estradas, que se encontravam intransitáveis devido à queda de árvores ou muros, o que ocupou várias equipas dos bombeiros até se fazer noite, altura em que os trabalhos foram interrompidos.

Por volta das 10H30, surgiu a informação de que um barco (cargueiro) teria encalhado junto à costa, a sul da Torreira, na direcção do Muranzel e foi solicitada a colaboração no sentido de resgatar e socorrer a respectiva tripulação. Esta operação foi comandada pela Marinha, tendo a assistência aos seis elementos da tripulação sido prestado pelo INEM e pelos Bombeiros de Murtosa, Ovar e Aveiro (Novos), que os transportaram ao hospital de Aveiro.

Em termos de estragos e prejuízos directos, muito há a referir: em infra-estruras públicas, na rede eléctrica da EDP, na rede telefónica da PT, na rede da TV-Cabo; em edificações particulares, como é o caso de habitações, armazéns e estábulos (sobretudo a nível dos telhados) e estufas; etc.

No tocante ao mau tempo não se registaram mortes nem feridos. Devido à queda de dois eucaliptos em cima de uma habitação na Entrada de Sedouros (Bunheiro), houve a necessidade de realojar o agregado (cinco pessoas), tarefa de que a Câmara Municipal se encarregou.

Desde a primeira hora que os mais altos responsáveis municipais acompanharam, no terreno, as acções de socorro, as quais foram executadas pelos bombeiros, tendo o controlo de trânsito sido feito pela GNR.

Durante a tarde, uma equipa de trabalhadores do Município ajudou na limpeza da E.N. 1109-5 e na mudança de haveres da família desalojada.

Alguns particulares colaboraram com máquinas na desobstrução da via pública, em colaboração com os bombeiros, num verdadeiro exercício de cidadania, facto digno de referência.

Como diz o ditado, depois do temporal vem a bonança. O final do dia de sábado e o dia de domingo já foi bom, apesar da chuva que, de vez em quando, se fez sentir.

Os prejuízos foram muitos. A todos é pedido mais um esforço, no sentido de procederem à reposição das suas perdas, apesar do tempo já difícil que todos estamos a atravessar.

Como já acima se referiu, o que aconteceu foi muito mau, mas poderia ter sido muito pior, tal como já tem sido por outras paragens.

Não podemos desanimar. A vida tem de continuar. Vamos todos dar o nosso contributo através do nosso esforço, para repor a normalidade!...

(Um eucalipto, parcialmente já removido, caíu sobre uma pocilga na Rua do Senhor Aparecido)

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(Dois eucaliptos cairam sobre uma humilde habitação na Entrada de Sedouros)

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(Cargueiro MERLE encalhado na areia no Muranzel - Torreira)