Apesar da colaboração da Junta de Freguesia do Bunheiro com a instalação da sua aparelhagem de som no cemitério (completada por mais algum equipamento da paróquia de Pardilhó) e do palco montado pela Câmara Municipal da Murtosa, aguardou-se até aos últimos minutos uma trégua da chuva. Efectivamente esta trégua não foi suficiente, pois as nuvens prometiam mais chuva e a decisão foi a de celebrar a missa no interior da igreja sabendo que esta seria pequena para receber as centenas de pessoas que acorreram ao cemitério para orar e velar pelos entes queridos que partiram para a última morada terrestre.
A Irmandade do Santíssimo Sacramento iniciou a procissão de entrada pelas 15 horas, seguida dos acólitos, diácono José Maria Carmo e o concelebrante P. David Pinho que se juntaram ao padre da paróquia P. Filipe Coelho. A animação litúrgica esteve a cargo do grupo coral da Paróquia.
O tempo não foi favorável a que a Eucaristia tivesse ocorrido no cemitério, como era desejado e por isso antes mesmo do início da missa o Padre Filipe explicou a situação dirigindo algumas palavras à assembleia. No cemitério ou na igreja decerto que todas as intenções de oração dos cristãos foram ouvidas no alto do céu por Deus nosso criador.
O primeiro dia de Novembro era marcado pela ida de milhares de portugueses aos cemitérios, que nesta altura estão especialmente cuidados e adornados. Mas por este dia 1 ter deixado de ser considerado feriado, pelas razões que todos conhecem, a igreja, que em muitas paróquias celebrava o Dia dos Fiéis Defuntos no Dia de Todos os Santos, passa a celebrar este dia no domingo seguinte conforme fez com o feriado do Corpo de Deus, dando assim oportunidade à presença de pessoas que estariam impossibilitadas de participar devido á sua actividade profissional. No entanto, reza a tradição no Bunheiro que o Dia dos Fiéis Defuntos é celebrado no dia 2 que é o seu dia próprio e este ano a tradição também se cumpriu. Quer seja dia da semana ou fim-de-semana muitas pessoas dirigem-se ao cemitério do Bunheiro para velar pelos seus entes queridos já falecidos.
O povo português dá mais significado ao Dia dos Fiéis Defuntos ou Finados que à celebração de Todos os Santos. Talvez porque esta é uma data em que particularmente se recordam os amigos e familiares que se encontram a caminho da comunhão com Deus. A proximidade das pessoas aos seus defuntos aumenta o significado desta data, em relação à celebração de santos que são mais desconhecidos.
A homenagem aos mortos é um acontecimento global e é vivido de diferentes formas um pouco por todo o mundo. Tal como sublinha o padre José Manuel Almeida, "no México é uma festa bastante divertida, enquanto aqui tem um pendor mais triste e saudoso".
Depois da visita ao cemitério de centenas de pessoas, este regressa à paz como comprova a fotografia seguinte. Uma paz iluminada, colorida, florida, num ambiente sereno, tranquilo e bem adornado. Que a alma de todos os irmãos e irmãs descansem em paz! Ámen.