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Domingo, 06.10.2024
 
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Locais de Interese (Património)
Casa do Alto ou Casa de Raul Brandão
A Casa do Alto, como o seu nome indica, situa-se no cimo de uma encosta, possuindo largas vistas sobre um vale de vegetação luxuriante bem característico da região minhota, freguesia de Nespereira concelho de Guimarães. Da sua construção primitiva restam apenas as ombreiras e o frontão do portal nobre, rematado por pedra de armas e ornado de merlões quinhentistas, e ostentando em inscrição a data de 1560. Daqui se podem depreender as características da habitação original, contemporânea do Paço de Nespereira, aliás datado do mesmo ano, conforme reza uma inscrição num escudo do seu portal. Trata-se este último de uma casa senhorial ainda constituída por uma zona residencial acrescentada a uma torre já existente, as denominadas "Casas-Torre", um aproveitamento típico de antigas estruturas defensivas medievais, embora com muitas alterações posteriores, e de cuja construção quinhentista, incluindo o muro ameiado, pouco resta. São ambas, ainda assim, memória de uma época de apogeu da localidade, reflectindo o intenso surto construtivo de paços, urbanos e rurais, a partir do século XV e ao longo do século XVI, quando se desenvolveram novas tipologias de residências aristocráticas, muitas das quais compõem a imagem tão particular da própria cidade de Guimarães.
A Casa do Alto, provavelmente em ruína parcial, foi comprada em 1899 pelo escritor Raúl Brandão, que se mudara para Guimarães, e aí casara, poucos anos antes. As obras de remodelação terão decorrido até cerca de 1912, quando Raúl Brandão se muda em definitivo, passando a gravitar toda a sua vida em torno daquela localidade, onde viveu a fase mais produtiva da sua vida literária, embora com prolongadas estadias em Lisboa e noutras cidades. Foi em Nespereira que morreu, a 5 de Dezembro de 1930. A casa que reconstruiu, hoje novamente devoluta, é um edifício com a estrutura típica das quintas do princípio do século XX da região, construídas sobre adegas e dependências anexas distribuídas a toda a largura do edifício. Construção singela, sem particular relevo arquitectónico, distribui-se em U com corpos de dois pisos, e integra um corpo quadrado mais alto, talvez reminiscência de uma antiga torre. Um singelo alpendre com escadaria de pedra deita para o grande jardim murado, muito abandonado, mas onde se encontram ainda tanques e outras estruturas de apoio, incluído vestígios do pomar e da zona ajardinada, certamente composta por um jardim de buxo ao modo das grandes casas do Norte. SML
Casa de Sezim
A Casa de Sezim ou Casa Grande Paço de Sezim, situa-se na freguesia de Nespereira, concelho de Guimarães, distrito de Braga.

A Casa de Sezim entrou para a família dos actuais proprietários em 1376, por doação que, conforme pergaminho desse ano existente no arquivo da Casa, Maria Mendes Serrazinha fez a Afonso Martins - descendente de D. João Freitas companheiro do Rei de Portugal, D. Afonso Henriques - em atenção, lê-se nesse documento, "às boas obras que dele recebeu e espera receber e por crença que lhe fez". A beleza da Casa, a harmonia das suas linhas, a monumentalidade da sua fachada e a colecção de papeis panorâmicos da primeira metade do século XIX que abriga nos seus salões, têm sido, nos últimos anos, motivo de curiosidade internacional.

Aberta todo o ano aos turistas, a Casa oferece-lhes a escolha de 8 quartos e 2 suites, amplos e confortáveis, e faculta-lhes a utilização de dois salões; um a eles exclusivamente destinado e o outro preparado para a realização de conferências, colóquios e exposições.

Os turistas poderão utilizar ainda a piscina, bem como os montes que a circundam para neles passearem a pé, ou para neles caçarem na época de inverno. Utilizando as florestas e as vinhas circundantes para igualmente poderem desfrutar de passeios BTT ou a p´ractica de outras salutares actividades radicais tanto em voga.

Sobre o portão de entrada pode-se ver um brasão com as armas dos Freitas do Amaral. O interior da casa com paredes revestidas a papel pintado de rara beleza do século XIXda autoria do pintor Auguste Roquemont, alberga alguns móveis do século XVII.

Esta casa está classificada pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público (despacho de 31/01/2003).

Dos terrenos circundantes da casa há ainda a salientar a produção de vinho verde, estando a mesma inserida na Rota dos Vinhos Verdes.


           
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