Vidual
pertenceu ao extinto concelho de Fajão, passando a integrar o de
Pampilhosa da Serra em 1855. Em 1815 foi elevada a freguesia, ano em
que deixou de pertencer à de Unhais-O-Velho.
A aldeia de Vidual de Baixo foi submersa em 1943 pela albufeira da
Barragem de Santa Luzia surgindo a nova povoação de Casal da Lapa.
A origem etimológica de Vidual é atribuída ao nome duma planta, bétula
ou vidueiro, que em tempos germinava com abundância nesta região. A
economia da freguesia baseava-se quase exclusivamente na castanha,
centeio, legumes, mel e trigo, tal como quase todos os povoados
serranos.
Barragem de Sta Luzia - Factos e História
Tragédia
Os trabalhos da Barragem de Stª Luzia terminaram em 1942, em Novembro
desse ano, são fechadas as comportas da barragem, resolução tomada
pela Companhia Electrica das Beiras (proprietária deste
empreendimento), logo a água reprezada começou a subir desmedidamente,
pois era medonha a invernia, a chuva era torrencial não amainava nem um
instante (desde o ano de 1910 que não se fazia sentir um Inverno tão
chuvoso ) e as águas do rio de Unhais, que iam alimentar a barragem há
muito que haviam transbordado para fora do seu leito devido às fortes
chuvadas que caíam nessa altura, vindo em poucas horas a lamber as
modestas casas de Vidual de Baixo.
Houve Pânico!
António Cardoso da Fonseca Brito, na altura presidente da Junta de
Freguesia, mandou telegramas aflitivos a S. Excelência o Sr. Presidente
do Concelho, que por sua vez telefonou ao Sr. Governador Civil de
Coimbra, que logo veio desabaladamente, debaixo de temporal desfeito,
ver o que se tratava. Ante os seus olhos assombrados, do alto do Casal
da Lapa, ele, viu na encosta fronteira, onde tinha o seu assento a
aldeia de Vidual de Baixo, os traços fortes da tragédia e de pavor de
uma população aterrada, a fugir do impacto da água que lhe invadia as
casas. Pragas e súplicas. Lágrimas e soluços. O Governador Civil ficou
mudo de espanto, e conta-se que descortinou numa das barracas do Casal
da Lapa, as sombras de três seres diabólicos a olhar a tragédia com
esgares de riso, e que lhe puseram calafrios na espinha e o levaram a
fugir daquele lugar de maldição. O que disse ele ao Presidente do
Concelho? Não se sabe, mas, sabe-se que ele fugiu à inauguração da
barragem, por certo com receio de reconhecer encarnadas em figuras
humanas as sombras que ele julgou ver no Casal da Lapa naquele dia tão
trágico.