Embora quase não se conheçam achados arqueológicos da freguesia de Gião, sabe-se que os romanos andaram próximos destas terras, já que a Via Veteris, que as atravessa, de traçado romano e teve, na sua proximidade, habitações.
O documento mais antigo conhecido, datado de 921, é referente à venda de um prédio rústico do lugar de Tresval.
Gião foi reitoria do Mosteiro de Vairão, no antigo concelho da Maia. A sua primitiva igreja, disputada, no século XIV, pelo mosteiro de Santo Tirso, continuou, no entanto pertença do mosteiro de Vairão. A igreja atual data do século XVIII / XIX.
Esta freguesia passou a integrar o concelho de Vila do Conde desde a divisão administrativa de 1836.
Santo Estevão de Gião é uma freguesia da metade sul do concelho de Vila do Conde, dista cerca de sete quilómetros da sede o ocupa uma área de 4,7Km2. Apresenta como freguesias limítrofes, Vairão a norte, Canidelo e Malta a nascente, Modivas a sul e Fajozes e Mindelo a poente. Possui um património edificado de parco interesse, não se identificando até ao momento, quaisquer vestígios arqueológicos de monta. No entanto, a sua existência como freguesia remonta à época da formação da nacionalidade, estando por essa altura sujeita ao domínio do importante cenóbio de Vairão. Segundo Pinho Leal, ainda por finais do século XVIII eram as freiras beneditas daquele Convento que apresentavam o reitor, que tinha um rendimento de cem mil reis. Aquele autor refere a freguesia como "terra fértil onde se cria muito gado". Ainda hoje, a pecuária impõe-se como uma das atividades económicas de maior relevo.
Data de 1143 a mais antiga referência coligida pelo parde Domingos Moreira respeitante à Igreja de Santo Estevão ("ecelesi Sancti Stephani"),que se presume Gião. No chamado rol das igrejas do rei, datável da primeira metade do século XIII, surge como dependente de Vairão ("Sanctus Stephanus de Vairam"). O topónimo "Gião" é mencionado nas "Inquisações" de 1258. "Ville que vocatur Juyam supernus et collacionis predilecte Eclesie Sancti Stephani". A integração da "Terra da Maia" aparece atestada em 1262 num documento do Arquivo Distrital do Porto Grafias "Sancto Esteuam" em 1307, "Sante Steuam" em 1316,"Santo Estevo" em 1502 aé 1512 quando é mencionada finalmente a designação actual de "Samto Estevão de Gião", nessa altura ainda "da Maia".
A Igreja Paroquial é um edifício de certo porte e imponência de arquitetura setecentista. A fachada revestida a azuleijos em tons de azul e branco em 1965 apresenta três silhares ou painéis com imagens de Santo António (à direita) a da Anunciação (à esquerda). No tímpano há um terceiro painel historiado figurando dois Arcanjos ladeando o Santíssimo Sacramento. Ao alto um janelão gradeado de esquadria. A empena sustenta um remate em arco redondo.
Não muito distante da Igreja Paroquial, ergue-se um belo cruzeiro assente num pódio quadrangular de três degraus, com base bulhosa, fuste cilíndrico e cruz de braços trifoliados assente em capitel.
Das diversas casas de quinta de arquitetura solarenga existentes em Gião, destaca-se pelo seu porte a Casa de Santo Estevão, sita neste lugar. As casas da Quinta do Mindela na Joudina, e da Quinta das Flores, no lugar da Igreja, merecem também alguma atenção. São todos eles, edifícios datáveis do século passado. Compõem esta freguesia os lugares da Boca, Gião de Cima, Gião do Fundo, Gião do Meio, Igreja, Joudina, Martinhães, Tresval de Baixo e Tresval de Cima.